Publicado em:
21/12/2023
Qual o papel da cultura empresarial no avanço da cibersegurança?
O crescimento exponencial de ataques no mundo e o início das sanções impostas por vazamentos de dados tem forçado todo tipo de empresa a tomar ações de mudança em seus protocolos e inserido o tema na pauta da cultura empresarial.
A preocupação com a cibersegurança permeia hoje todas as empresas, mas, segundo especialistas, o problema se instala quando há dificuldades em enfrentar o ataque. "O problema está nas milhares de pequenas empresas que não possuem, muitas vezes, recursos para se proteger", avalia Sergio Augusto Martins, vice-presidente regional da Akamai.
Para ele, a proteção de informações na internet vai muito além de um processo tecnológico e envolve, principalmente, a conscientização dos colaboradores. Isso implica dizer que, cada vez mais, a questão da segurança cibernética passa a ser uma responsabilidade em comum nas empresas. "Tenho observado em situações pós-ataque, por exemplo, que o engajamento é total de todos os elementos de uma organização. Porém, com o passar dos meses, observamos que há um certo nível de desmobilização, o que é perigoso demais para a organização em si", pontua.
A solução para esse comportamento, segundo o especialista, é fazer da cibersegurança parte da cultura empresarial. Para isso, ele traz algumas dicas: “Primeiramente, é preciso colocar em prática a essência do tema. Segundo, fazer avaliações periódicas dos seus times diretos quanto a execução das boas práticas impostas pela organização. Trata-se de um trabalho contínuo de execução, que nunca acaba”.
Ele lembra, no entanto, que não se trata de um trabalho simples, por isso considera que a ajuda de empresas especializadas – que já tenham implementado com sucesso o processo em outras organizações – é sempre bem-vinda. "Trata-se de um trabalho incansável, custoso e que deve permear toda a organização, do seu presidente aos seu porteiro, passando pelos terceiros com as quais a empresa se relaciona", justifica.
Maturidade
O executivo observa que hoje os segmentos apresentam maturidade distintas no que diz respeito à cibersegurança. "No segmento de grande e média empresas, o conhecimento é total, apenas questiono se de fato elas estão tomando as iniciativas concretas para se protegerem", pondera.
Daí, mais uma vez, recorrer a consultorias especializadas pode ser uma efetiva solução para as grandes empresas, uma vez que, com elas, conseguem padronizar processos para a tomada de decisão mais efetiva. "A efetividade vem do planejamento, conscientização e de ferramental para gestão adequada de acessos a dados sensíveis. A combinação disto leva a mitigação do risco, mas não de sua eliminação", enfatiza Martins.
Outro passo importante para avançar no tema, segundo ele, é a troca de experiências. Espelhar-se em empresas maduras é a forma mais eficaz e econômica de iniciar essa jornada”, finaliza o executivo.
Nesse sentido, uma maneira de acompanhar a evolução e novidades do ecossistema é integrando hubs temáticos, como o Web Security Hub. A plataforma de inovação, considerada a primeira focada na conexão entre líderes de empresas referência em segurança digital, discute temas relacionados ao desenvolvimento de negócios de internet, sobretudo a segurança e performance online.